Um Sistema para Aulas e Academias.

 

 

Hoje quero contar como comecei essa coisa de “dar aulas em academias!”

Um dia estava em casa quando Beatriz, minha filha, veio me chamar, pois tinha uma pessoa lá fora querendo falar comigo. Era um rapaz do mesmo morro que eu morava bem no início da servidão e que havia se formado em faixa preta de Karatê.

Sílvio, esse era o nome do rapaz, disse que iria começar a dar aulas para os seguranças da Escola Técnica Federal de Santa Catarina e que, como não tinha experiência em e exercícios de aquecimento e alongamento, pediu-me que fosse ajudá-lo nesta parte, durante as aulas.

Convite feito, convite aceito!

No início as aulas eram feitas no campo de futebol, na grama e sem iluminação – haja determinação da turma! Algum tempo depois fomos para a quadra de futebol de salão, já com luz, e mais tarde conseguimos uma sala para trabalharmos.

Esse trabalho durou pouco mais de um ano e foi muito bem recebido pelos alunos da antiga ETEFESC, hoje IFSC, na av. Mauro Ramos, no centro de Florianópolis.

Comecei como responsável pelos aquecimentos e alongamentos e logo passei a ensinar algumas das técnicas de defesa pessoal que treinava com Michel e outros amigos em casa...

Um dia, ao observar a aula de Sílvio, surgiu repentinamente um pensamento em minha mente:

“Eu também posso fazer isso! Eu também posso dar aulas fora da minha casa!”

E, com este pensamento, cheguei em casa, peguei  um caderno e comecei a anotar todas as técnicas que me lembrava, todos os exercícios de aquecimento, alongamento e, quando terminei notei que quase enchi o caderno de 50 folhas e ainda tinha mais coisas na cabeça, mil idéias que foram surgindo e eu anotava.

Depois de algum tempo, quando as aulas na ETEFESC terminaram, resolvi detalhar ainda mais o trabalho que tinha, bolando graduações, formas – talvez vocês não acreditem, mas as 06 “formas” iniciais do futuro Sistema Bushidô de Artes Marciais foram criadas em pouco mais de 40 minutos e depois demorou mais uns 20 minutos, desta vez com o auxílio do Vagner, para adaptá-las ao espaço onde treinávamos!

Comecei a visitar academias e mostrar que tinha um trabalho com artes marciais onde procurava ensinar defesa pessoal e também resgatar o que para mim seria a verdadeira arte marcial = técnicas + autocontrole + filosofia + autoconhecimento.

Chamei o trabalho de Sistema Bushidô de Defesa Pessoal.

No início foi muito difícil – uma nova arte marcial, ainda mais criada em Florianópolis por um ilustre desconhecido – quem acreditaria?

Bem! Alguns acreditaram!!!

Os primeiros a darem uma oportunidade para mostrar meu trabalho foram os proprietários da Academia Espaço Livre, localizada no bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis.

Agradeço a Josué e Valéria, professores responsáveis pela “Espaço Livre”, pela oportunidade, assim como agradeço as outras academias que se seguiram: Performance no Kobrasol, Agile na Costeira e Categeró no bairro João Paulo e todos os respectivos proprietários e profissionais que me deram oportunidades e não poderia deixar de agradecer ao Prof. Sílvio José de Oliveira que, além de dar-me a oportunidade de trabalhar com ele na ETEFESC foi, de maneira indireta, o responsável pela tomada de atitude que faltava para iniciar meu próprio trabalho.

 

 

As oportunidades recebidas desses profissionais que abriram suas academias para o Bushidô foram determinantes no desenvolvimento do trabalho que existe nos dias de hoje; um trabalho que cresceu devagar, mas tornou-se mais fortificado a cada dia porque recebeu oportunidades e, também, porque soube aproveitá-las.!

 

 

Diz um ditado que a oportunidade é como um cavalo que passa encilhado – você tem uma chance e uma escolha: montá-lo ou deixá-lo passar para que outro o faça.

 

 

 

Roberto Silva – Fundador da Escola Bushidô

Ano de 2011